Este cerro que teimam em chamar de Testemunha é conhecido pelos moradores das redondezas como Cerro Torneado. Há uma antiga lenda na região que conta que em seu topo foi sepultada uma estancieira em tempos imemoriais. Nesse ofício de velho historiador tapejara (autodidata) resolví mexer com alguns de meus 'perdigueiros', alguns do Uruguai e fui juntando pedaços até encontrar os 'porquês??' da tal lenda e descobrí que no referido topo está sepultada uma índia guarani que era a esposa do afamado Couto Rico (Antonio do Couto Ribas)um grande sesmeiro que alí se instalou pelos anos de 1814. O curioso da localização do seu tumulo é que foi atendido um pedido seu, bem antes de morrer. Foi nesse topo que ela, com o auxílio de sua peonada e escravos, sepultou algumas dezenas de indios xanás, que nas canhadas desse referido cerro foram caçados e mortos por uma patrulha enviada por Fructuoso Rivera durante a guerra de exterminio dos charruas promovida pelo governo uruguaio. (Note-se que as fronteiras exatas na época não eram bem definidas). O comandante da fronteira na época, Brig. Bento Manoel Ribeiro, de seu quartel em Alegrete mandou recolher os índios sobreviventes e perdidos e os levou para sua estância em Quaraí onde os protegeu enquanto viveu. O arroio que nasce no sopé desse cerro até hoje guarda o nome dessa ecatombe : Arroio Xanota- Chanota, xaná-táy ou xanataý= Cova dos Xanás. (Ricardo Acevedo Diaz-História do Uruguai)
Fonte: Jorge Marcos Telles de Oliveira (Historiador Rosariense radicado em Santa Maria)
