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domingo, 13 de maio de 2012

Três cerros no Caverá

        De todos os personagens do passado da Serra do Caverá, o mais notável é Honório Lemes. Combatente na revolução de 1923. Ele era um dos líderes das tropas rebeldes, conhecidas como maragatos, que entraram em conflito contra os chimangos, nome dado aos legalistas.
No centro da revolta, os desmandos e fraudes do governo estadual, que tinha como presidente Borges de Medeiros. Honório Lemes conhecia como poucos a região, por isso era chamado de leão do Caverá.
       Ter domínio sobre um território significa vantagem na hora do combate. Os morros, denominados de cerros, eram pontos estratégicos durante as batalhas. As tropas comandadas por Lemes costumavam se posicionar nas partes mais altas e deixavam os inimigos vulneráveis quando atraídos para os vales.
      Uma das batalhas mais conhecidas durante a revolução em Rosário do Sul foi travada na Estância da Serra. As marcas estão pra ninguém esquecer desse capítulo da revolta, perfurações de bala nas paredes de uma das casas da fazenda.
       Mário Ortiz de Vasconcellos, hoje com 101 anos, tinha 13 quando começou a revolução. Ele era gurizote naquele tempo, e lembrou que apesar do revolucionário ter menos soldados e menor poder de fogo, saiu vencedor da batalha adotando táticas de guerrilha.Não só conheceu Honório Lemes, como até hoje exalta o papel do líder num dos capítulos mais importantes da história gaúcha. Assim como a pesquisadora Mara Regina de Souza.
Segundo a pesquisadora hoje ele é reconhecido nacionalmente e até internacionalmente como um tropeiro da liberdade, um dos grandes homens da história universal que lutaram pela liberdade no Rio Grande do Sul.
      Objetos que pertenceram ao revolucionário estão guardados no museu de Rosário do Sul.
Onde também são preservadas ossadas e armas de combatentes da Batalha do Passo do Rosário, ocorrida em 1827. Ela entrou pra história como a maior batalha campal em solo brasileiro.De um lado, as tropas brasileiras, de outro, as argentinas. Em disputa, o território da província cisplatina, onde hoje é o Uruguai, na época, esse território tinha sido incorporado ao Brasil. Milhares de soldados se envolveram na sangrenta batalha.
       Os dois exércitos bateram em retirada e abriram caminho para a diplomacia. Um ano depois, um tratado oficializou a independência do Uruguai. Desde então, a paz reina na fronteira entre os dois países.

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